Os profetas dos serviços farmacêuticos estão cheios de razão. Os serviços são muito importantes do ponto de vista estratégico.

Ter um sistema de entregas ao domicílio organizado na Farmácia é um projecto complexo. Para funcionar ao nível das expectativas dos consumidores, deve ser cuidadosamente planeado e orçamentado. Mesmo que seja um serviço simples, com uma área de cobertura reduzida e com custos associados para os clientes.

A sustentabilidade dos grupos de Farmácias depende de vários factores. Mas há uma questão nuclear que não pode ser descurada; O financiamento das operações. Este é obtido junto das Farmácias ou da Indústria. Em alguns casos pagam ambos.

Todas as empresas da Indústria Farmacêutica têm um desafio que se renova em cada ano: Crescer.

Tímidamente, vamos ouvindo falar em gestão de categorias no mercado farmacêutico.

O motivo para o desconhecimento geral sobre esta matéria é que se trata de uma disciplina complexa, relativamente nova para os players do mercado Farmacêutico, que exige competências muito variadas para ser explorada convenientemente e tempo de análise para extrair as informações e insights relevantes.

Se a questão da formação já era um assunto merecedor da atenção e preocupação dos Líderes de Farmácia, agora com o fenómeno do COVID-19 a questão torna-se ainda mais complexa.

Um estudo realizado recentemente pela Wings revela que os tempos mais próximos não serão fáceis para os Líderes das Farmácias. Isto porque os Farmacêuticos, sobretudo os mais jovens, não estão muito satisfeitos com as suas perspectivas de evolução profissional em Farmácia Comunitária.

Para sobreviver as Farmácias precisam de ter clientes. Estes clientes dividem-se em 4 segmentos:

O marketing digital é uma panaceia, ou seja, um remédio para todos os males.

Nos dias de hoje, quem tem responsabilidades na área do marketing e da comunicação, preocupa-se sempre com as ferramentas digitais. Muitas Farmácias têm uma página de Facebook, Instagram e alguns sites, por vezes com plataformas de e-commerce. No entanto, se verificar a qualidade destes ao nível de arquitectura e conteúdos, torna-se evidente que estão frequentemente mal concebidos e organizados, desactualizados e/ou replectos de matéria pouco interessante para os público-alvo. Isto quando não têm fotografias e imagens com baixa resolução, desfocadas e por vezes vídeos de cariz pouco adequado ao posicionamento de uma Farmácia Comunitária, normalmente improvisados por elementos das equipas.

Tal como noutros mercados, também as Farmácias estão sujeitas a modas. Houve a moda dos robots, dos farmadrive, das black fridays, dos paineis de leds nas montras e agora do e-commerce. O problema é que em marketing, as modas só são válidas se os consumidores forem iguais, ou seja, se tiverem as mesmas preferências, desejos, crenças e expectativas. Ora os clientes das Farmácias são de todas as idades, géneros, etnias e filiações.

Nas Farmácias Comunitárias é ainda muito comum encontrar uma de duas “tipologias de organização do espaço”:

Bazar – “Quantos mais expositores, painéis, gôndolas e materiais promocionais das marcas, melhor”. Confusão absoluta de produtos na mesma categoria. “Temos tudo.”

Minimalista – Linear tão arrumado e tão limpo que alguns clientes nem mexem nos produtos. Falta de diversidade na oferta. Espaços vazios que são centros de custo em vez de centros de lucro.

É o 8 ou o 80.

John Wanamaker (1838-1922) foi um comerciante de sucesso nos EUA e foi considerado por muitos um “pioneiro do marketing”. Foi o criador de uma cadeia de grandes armazéns que deu origem à famosa marca Macy’s. Foi o autor da frase famosa:

“Metade do dinheiro que invisto em publicidade é desperdício: o problema é que não sei qual a metade”.

Muitos Proprietários acham que os seus clientes conhecem bem a oferta da sua Farmácia e que estão plenamente satisfeitos. Também acreditam que na zona de implantação da Farmácia, a maioria das pessoas sabe que existe uma Farmácia naquele local e reconhece-a pelo seu nome.

Analisando as vendas acumuladas a Maio 2020 e comparando com vendas do ano anterior é possível verificar uma nova tendência, a separação das Farmácias em 2 grandes grupos: As que ganham quota de mercado e as que perdem.

Podemos ser adeptos de um clube de futebol e não ir ao estádio ver os jogos. Podemos acreditar em Deus e não ir à igreja todos os domingos. Podemos ter um cartão de crédito e não o utilizar para todas as compras.