Avaliámos as vendas das Farmácias em diferentes regiões de Portugal e a dinâmica de categorias de produtos de venda livre no mercado desde Janeiro 2020. Os resultados são muito interessantes.
1. Farmácias em zonas cosmopolitas (ex: baixa de Lisboa e baixa do Porto) tiveram quebras de vendas entre - 50% e - 90% em valor no mês de Junho.
2. Farmácias em Centros Comerciais têm quebras de vendas entre - 70% e - 90% no mesmo período.
3. Farmácias de bairro têm quebras de - 12% e crescimentos de 56%.
4. Uma parte substancial das categorias OTC tem decréscimos significativos e vai ser muito difícil recuperar em 2020.
O que sabemos sobre o mercado da saúde é muito simples. Negócios construídos sobre uma visão generosa e inteligente dos empresários (Farmacêuticos ou Médicos) têm mais probabilidade de prosperar porque trazem valor real para os seus clientes. Nos últimos anos, alguns Farmacêuticos acharam que o negócio devia transformar-se e “adaptar-se” às novas modas (não tendências). Uma moda é uma ideia (não necessariamente boa ou fiável) que agrada a algumas pessoas e que as leva a adoptar (normalmente por períodos de tempo finitos e cada vez mais curtos) novas formas de comportamento. Mas houve muitas Farmácias que não se mudaram para supermercados ou centros comerciais. Não massificaram os seus serviços. Cuidaram das fundações do seu negócio respeitando as regras essenciais que são a fiabilidade, a acessibilidade e a confiança dos seus utentes.
As pessoas (os seus clientes) gostam de ver outras pessoas. Gostam do contacto humano. Precisam desse contacto. O mundo evolui e a tecnologia ajuda-nos a melhorar e a adaptar. Mas tal como a maioria dos medicamentos, a eficácia tem associados efeitos secundários. Neste início do Século XXI temos de nos debater com as preocupações formuladas por Albert Einstein, George Orwell, Aldous Huxley, Carl Sagan e outros visionários.
Moratórias, lay-offs e outra medidas paliativas não vão resolver os problemas das Farmácias Comunitárias que se distanciaram dos seus clientes e que negligenciaram aspectos fundamentais da gestão. E também não vale a pena contar com "milagres" de entidades como os bancos. A solução para os problemas e desafios de cada Farmácia é muito simples: Inteligência + Coragem + Trabalho (e em alguns casos, Sacrifícios).
A crise financeira de 2008-2014 mostrou que, em tempos difíceis, há sempre quem consiga transformar os problemas em oportunidades. Na Wings conhecemos vários casos de Farmácias que experimentaram dificuldades nesse período e que cresceram de forma significativa entre 2010 e 2018.
Chegou a altura das Farmácias experimentarem algo diferente. Contar consigo (e com a equipa da Farmácia) é um bom ponto de partida.
